Sim Sim, sei bem
Que nunca serei alguém.
Sei de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer
O que nunca poderei ser.Ricardo Reis
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
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O Poeta sempre inseguro de si, das suas capacidades, imaginando que pode ser um grande poeta e ter alguma obra.
ResponderExcluirA insegurança faz parte de nós. Não há no mundo quem não se sinta inseguro do que é, sobre o que gostaria de ser... A tragédia de se conhecer é da natureza humana. Vê como o poeta fala de nós...
ResponderExcluirUm abraço!
Como ja foi citado acima, só dando uma reforçada, a palavra chave desta poesia é "insegurança".
ResponderExcluirNão vejo insegurança. Vejo, muito pelo contrário, SEGURANÇA. Apesar das inconstâncias da vida, da falta de significados, o poeta usa a exatidão desse momento para SER!
ResponderExcluirApaixonada por cada cantinho aqui, se quiser conferir um novo blog de poesia e fotografia: http://paraisoinexistente.blogspot.com.br/
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