segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Questionamentos de um pensador...

Eu, eu mesmo
Eu, eu mesmo...
Eu, cheio de todos os cansaços
Quantos o mundo pode dar. —
Eu...
Afinal tudo, porque tudo é eu,
E até as estrelas, ao que parece,
Me saíram da algibeira para deslumbrar crianças...
Que crianças não sei...
Eu...
Imperfeito? Incógnito? Divino?
Não sei...
Eu...
Tive um passado? Sem dúvida...
Tenho um presente? Sem dúvida...
Terei um futuro? Sem dúvida...
Ainda que pare de aqui a pouco...
Mas eu, eu...
Eu sou eu,
Eu fico eu,
Eu...

(Álvaro de Campos -- Mais um de seus Heterónimos,
Campos foi o único a manifestar fases poéticas
diferentes ao longo da sua obra.)

2 comentários:

  1. Belo poema!
    Parabéns, meninos pelo blog!
    Falar de si mesmo, dos nossos "eus", ou dos "eus" que pretendemos ser ou já fomos, ou ainda o que somos, não é fácil, não acham? Como o eu lírico se compreende?
    Vocês conhecem a vida desse heterônimo? Vale a pena postar sobre isso.
    Um abraço!

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  2. Achei o blog de vocês a minha cara...
    Vou adorar seguí-lo.
    Espero que postem mais coisam.

    Vejam:
    http://eriveltongoomes.blogspot.com
    e´sobre literatura Européia.
    Espero que gostem.

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