Sim Sim, sei bem
Que nunca serei alguém.
Sei de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer
O que nunca poderei ser.Ricardo Reis
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Rima sobre rima...
domingo, 23 de agosto de 2009
Tantas perguntas em tão poucas palavras
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Um convite à reflexão.
(Dê play e escute o João Villaret interpretando o poema de Fernando Pessoa)
AUTOPSICOGRAFIA
"O poeta é um fingidor.
"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração."
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração."
Fernando Pessoa
Essa é uma das mais conhecidas poesias de Fernando Pessoa, com uma metalinguagem na qual ele descreve o sentimento e o que os poetas pensam de suas próprias obras.Uma visão breve sobre a vida e a obra de um dos maiores poetas da língua portuguesa.
(Daniel Tavares)
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